Por que fazer um Diário de Escrita?
Ah, bem. Taí uma questão com várias respostas possíveis.
Porque nunca fiz nada do gênero antes. Eu tenho muitos diários — os tradicionais, de papel —, mas nunca registrei nada sobre minha produção artística. E eu prometi para mim mesma que iria tentar coisas novas esse ano (está certo que eu tinha em mente “aulas de lindy hop” como algo novo, não um blog, mas…)
Porque aconteceu uma pandemia — e, com isso, nada de eventos, nada de interação com leitores e autores, nada de encontrar os amigos. Eu sou bicho-do-mato, mas não sou misantropa: sinto falta de conversar com os outros. Se não dá para ser ao vivo, que seja por aqui, então.
Porque preciso ocupar minha cabeça com algo que me dê esperança — 2020, até aqui, foi um ano de separações, mudanças e decepções variadas (com pessoas e com instituições, à escolha do freguês.) Ao invés de ficar fazendo textos passivo-agressivos nas redes sociais, prefiro concentrar minha força para me mover desse entrevero mental.
Porque eu comecei muita coisa esse ano — uma mentoria que explodiu minha cabeça, textos em lugares novos, projetos que nem imaginava que seriam possíveis de serem conduzidos, uma horta em baldes… Por que não um diário?
Porque preciso ocupar minha cabeça com algo que não seja o Twitter.
Porque esse manuscrito tem bem mais história do que as páginas que os leitores (eventualmente) vão conhecer. E eu sou do tipo que fala pelos cotovelos, se me deixam.
Porque —num assunto correlato ao item acima — eu sempre adorei narrativas de backstage. Eu assisto a todos os documentários “por detrás das câmeras” que aparecem, leio biografias dos meus artistas favoritos, adoro ver rascunhos das pinturas que amo. Por que não fazer o mesmo com meu próprio trabalho?

Para resumir: porque quero e preciso contar. De repente, funciona. Pois bem… Começamos?